Muuuuu



Kor a pegou no colo mas antes colocou o papel carbono usado pela milésima vez.
Sorria enquanto tentava decalcar fazendo um furo com o dedo, esfregando, esfregando e esfregando.
A sua prova de amor(sic) era mantida enclausurada em forma de gotas de sutileza. Adoçante...mas de aspartame pra não engordar e tomar gosto demais pela vaca leiteira.
Tinha uma engraçada vergonha de ter vergonha e por isso comia bombas de chocolate e creme escondido das vistas alheias.
E todos os dias, após o expediente bancário, disfarçava seu gosto por café morno de padaria fingindo que estava revisando sua contabilidade pessoal na agenda, na frente daquele balcão sujo.
A fila anda, a fila anda e o atendente estende o paliteiro sem ser requisitado(fura logo, fura logo)para ver se o cara se manca e dá lugar pro próximo cliente.
"Obrigado, sr.atendente, agora sim deu tempo do café amornar direito e descer pela goela de vez" (agora ele tem um sorriso fervido na cara).
Com seu diploma de esfregador contumaz de papel carbono fora promovido em apenas um dia a gerente.
O problema da gravata ele cuidaria depois. O importante era garantir o vale-nata mensal.
Qualquer imprevisto...havia o magarefe (sic).
E o Catchup.

14 comentários:

Zisco disse...

Tia , Grazzi, eu odeio café morno de padaria.
Talvez seja este o comentário mais pertinente que eu consiga fazer sobre esse teu conto.
Contos sem um início na verdade, pois parecem surgir do nada os fatos narrados em cada um deles.

Anônimo disse...

quanto custa o quilo?

Thaíssa Vasconcelos disse...

Uau...adorei!

Anônimo disse...

Tem promoção de magarefe tb? :)

Anônimo disse...

ssssscatechupe!!!!

Anônimo disse...

Eu não entendi.


Era pra entender???


Caraleo....

Unknown disse...

Uma confeitaria inteira so pra vc
e cafe so se for expresso.

Bernardo Bevenuto disse...

Sentia vergonha de ter vergonha
mas ainda sentia
sem saber se queria
ou querendo
sem saber
se seria
vergonha?

Tony disse...

Eh o que hah [2]

Anônimo disse...

Fiquei tonto no meio da leitura.
Que é isso menina?

Unknown disse...

Adoro esses contos epifânicos da Grazzinha... Puro fluxo de pensamento!

JJ fumaria suas bitucas irlandesas com um soriso rasgado se os pudesse ler, e D. Lispector clariçaria e riria endemoniada!

Rogério Camargo disse...

Grazzi, se você não sabe ainda eu quanto eu gosto de su personna é porque você se conhece menos do que Julio Cortázar pensa...

Vá em frente, parceira-amiga-irmã. Diante de vocêr o horizonte é todo azul.

Anônimo disse...

Sim, o magarefe...

E o mequetrefe?

E além de cactchup, por favor mostarda escura!

Obrigado.

Deyvson disse...

Eu ganho a vida rabiscando papeizinhos tb, mas nunca fui promovido. Mas vergonha do café eu não tenho não.