Siri Catado



"Depende do que não cabe entre as paredes"


Todo cara da ECT acha que mais fodão que ele, só ele mesmo, carimbando o pau com a língua.

Mas só de pensar em apólice, via dupla, cartório e impostos, chora.

Qualquer boa garota simples, que não saiba o que é "tuti-fruti-cult" aprende isso se for uma boa garota-no-blues-forever, continuando a não saber, e pica a mula mole na vizinha!
- Filho meu se quiser dar uma de viadinho tudo bem, mas tem que ser, ao menos, rico!

Tem que aprender. A se aprender.

Depositou algumas cenas na conta do gerente e o caixa não gostou do sub-faturamento.
..

Quando o orgão é Estético, Balthus é só mais um idiota.

A ficção pulp é um pastiche de desejos, mesmo os violentos, mas aceitáveis, vistos com a superficialidade que todos adoramos.

Eu compro pão na padaria porque economizo o dinheiro do buzão lá do trampo, e de vez em quando ouço coisas mais surrealistas que o cara dos relógios alisando os próprios bigodes.

Como a velha maltrapilha que me perguntou de assalto, na saída, com a cara mais doida do mundo:

- Você sabia que Joana Dar'c morreu queimada?

- E foi aqui, no forno dessa padaria?

- Sei lá, moça!Eu só queria um pão branquinho! (cara de espanto e medo nela, a doida era eu?).

..

Em outra cena, uma mulher jovem que não chora.
Seus olhos foram parar quase no esôfago em algum verão desses que correm na vida como ela é, sangue anti-ficcional, e mesmo assim ela não chora.
E não é por acaso que ela hoje sorri tranquilamente.
Nunca depositei flores no túmulo.
Alguns gostam de se ver como brutos por acreditarem que assim, a docilidade não os aniquilará completamente.

..

Coisas engraçadas e tristes lá.
A vida.
Ela não é só avante avante avante.
Ela é coisa engraçada e triste
por vezes ao mesmo tempo.

Por isso não busquem exemplos, ou serão mestres.
E Não, nem tudo pode ser corrigido.

"A menos que você seja eu, é claro."[sic]

11 comentários:

Anônimo disse...

Nada pode ser corrigido a não ser que você seja imaginária ou muito má.
Sendo imaginária você é incapaz - os outros te capacitam, isso sim.
Tutti fruti é coisa de vestir "ton sur ton" pros efeitos de luz/sombra.
Imaginária e incapaz sim.
Fosse de verdade e má - você tomaria as asas negras , desfiaria as fibras e teceria uma pelerine enorme, com a qual se protegeria dos tons da luz.
E assim não haveria sombra.
Mas voltaria talvez a ser imaginária, pois sem o balançar do sim e do não, da sombra e da luz, você se confinaria no tom sobre tom, se confundiria com os efeitos e morreria de tédio e arrependimento.

Anônimo disse...

Meus olhos , Grazzi, já "foram parar quase no esôfago".
Mesmo assim , já estão nos devidos lugares.
Essa é a magia em você escrever que " é coisa engraçada e triste".
E você enxuga por tantas vezes as minhas lágrimas com as suas letras!!

Beijo Feliz!

Anônimo disse...

Nem imaginária nem má. Apenas uma mulher com o coração maior que a vaidade e o próprio texto.
Você é luz e não é da música de vando que lembrei.

Beijo sua mão

L

Zisco disse...

Uma peça digna de se ler em trajes de gala(carça dins e chinelavaiana), com muita calma e reverência para que não suba a Gala, kkkkkkk!!!!!!!!
Acho que escrevi merda, mas não vou corrigir pq não sou vc Tia Grazzi, eu jamais conseguiria.

Anônimo disse...

"Por isso não busquem exemplos, ou serão mestres."

Sua simplicidade é uma bomba de agulha na cara dos bossais.
Não sei se vc sabe disso.

Dani

ºª disse...

vc tem me feito rir, ultimamente. :) :D

seu jeito de debochar é manso. e eu pensei que o deboche não pudesse ser manso.

adorei o final (com o sic, que sempre me lembra o inglês, 'doente' ou 'gripado', sei lá. daí mistura com aquela bobeira erudição e fica uma bobagem adorável, boa pra rir).

e tem coisas comuns, ditas por vc, ficando legais, como a da docilidade. é bem comum. mas ali eu gostei.

as citações também estão legais. alia´s, o dali é tão enjoativo quanto ter que entender que 'a vida do pobre no brasil é muito dura, etc.'.

gostei.

é. tem coisa que não dá pra corrigir. talvez, essas coisas, em si, sejam a correção que descansa, o ajuste entre o imaginário sofrendo repetidamente ao dar de cara com o cotidiano.

bj.

Claudia Emilia disse...

ah sim. aí está outra grande verdade: Dali talvez seja das massas mesmo. da maioria das pessoas ke SENTE muito mais do ke ENTENDE. ou tenta entender e rotular. á á á aá aáaá
muito bom texto. muito bom mesmo. beijos.

Paulo Castro disse...

A continuação desse texto já postada, senhoras e senhores, em :

http://vazamentosdevapores.blogspot.com

- Quem quer pão, tá quentinho, gostosinho, la iá la iá.....

Paulo Castro.

º

Anônimo disse...

vcs dois são doentes e fedem.
vão trabalhar seus vagabundos!!!!!!!

Anônimo disse...

Dali? marketeiro...sei não. mas, com certeza, enjoa menos q o 'anônimo' aí criticando, q não tem saúde nem pra mostrar a cara (ou tá só provocando? ops!)e que, certamente, nunca leu nada na vida. Conclusão q tirei quando falou sobre doença e fedor nos escritores. rsrsrsrs. Faz um frio cão na Europa, no inverno...imagine no séc XIX.....por exemplo. 'Qs epléticos são os mais sensíveis' rs. Tente de novo, ô leitor de Drummond.


Bel. Eu sou a Bel.

Anônimo disse...

Dali? marketeiro, acho...Sentir mais que entender? Calcular, também, que afinal essa coisa romantizada séc XIX sem dinheiro já estava enchendo o bolso dos espertinhos....sei não. Acho muito enjoativo. Mas, com certeza, enjoa menos q 'anônimos' de plantão...e depois fiquei pensando em 'doentes e fedorentos'. Dostoiewsky, por exemplo. Ou Nietzsche. Artaud. Farnese. Van Gogh. Arnaldo Antunes. Chopin. Ah, por aí...


Bel. Eu sou a Bel.