Nem foi abraçada e couberam todos os beijos sem boca ali.
E eram tantos beijos aqueles sobrados que suas pernas sedimentaram-se em casas. Oblíquas.
Imaginou Deus pela primeira vez, antes de desejá-lo, assim.
Posta, a cidade-observância andou levemente turista por ela e a abandonou, querendo a mendicância mas temerosa da paz embrulhada por jornais.
E amêndoas brotavam do jasmim.
Um dia..era uma vez. E nos bolsos da saia carregava o cavalo Zorba, um pião de quatro faces e uma semente de tamarindo.
Por cima da saia uma calça jeans surrada com cabelos grudados de sangue. No pé esquerdo, uma navalha. E partiu.
Cidade que era de telhados a céu quebrado por asas de cobre, fincou violentamente seis dias em uma hora.
Imaginou Deus pela segunda vez, o desejando. Bocas choveram granizo e também grená, o das feridas amenas que se acham fundas.
Tâmaras macias também jorravam.
Procurou a mandrágora, que lhe apetecia lembrar seu grito de enforcado na mão e afrontá-lo. Pisar a memória até a roda furar: seu furo era melhor, de fino útero. Buda, Jesus e os outros da arca só fizeram lamber um céu que tudo dá e nada seu comporta.
Colheu morangos na Etiópia e plantou girassóis no sertão baiano. No quintal do seu apartamento fez renascer um morto só para matá-lo mil vezes e brincar de amarelinha.
Nem foi beijada e cabiam todas as bocas ali.
Sua lua era uma mendiga particular...